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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Um Cara De Sorte

Oi Gente!
Sumi novamente (pra variar..rs). O final do ano foi um tanto corrido e tive várias ideias pra novas histórias...
É provável que eu as conte ao longo desse ano. :)
A história de hoje é do ponto de vista do cara, que não parou de falar na minha cabeça enquanto eu não contasse a história dele.
Espero que vocês gostem e compartilhem! ;)

Um Cara De Sorte


Acordo. Olho para o outro lado da cama e percebo o quão sortudo eu sou por tê-la em minha vida. Sua respiração é tranquila e sua feição suave, acho que ela deve estar sonhando. Estamos a pouco tempo casados e até conseguirmos dar esse passo não foi fácil. Pensa numa mulher um tanto indecisa, confusa e que tem um turbilhão de ideias e emoções. Então, esse é o meu caso.
Me lembro do dia em que nos conhecemos. Foi numa reunião pedagógica no início do ano. Eu era recém contratado e ela veterana, eu sou de exatas e ela de humanas. Houve a apresentação do nosso calendário anual, projetos que seriam desenvolvidos ao longo do ano letivo, horários e todas as coisas que envolvem uma escola (ainda mais essa que era renomada e famosa por ser bilíngue). Fui apresentado aos meus colegas e minutos mais tarde a reunião havia acabado.
O ano letivo havia se iniciado e nos esbarrávamos pelos corredores ou sala de professores. Apesar de num primeiro momento ela ser mais reservada, conforme conversávamos se mostrava uma pessoa incrível e quando dei por mim estava apaixonado. O grande X da questão é que eu não sabia se era recíproco. Ela era uma caixinha de surpresas. Havia dias que à noite, através de mensagens, nossa conversa fluía. Mas havia dias que era como se ela quisesse numa outra dimensão. Criava em torno de si um escudo, até então, impenetrável.
Meus amigos me zoavam e achavam que era uma perda de tempo; que havia outras mulheres nesse mundo. Mas eu não desisti porque sabia que ela era diferente. Quando ela  falava algo em torno dela se iluminava, era intensa quanto ao que sentia e firme nas suas decisões; eu sabia que valia a pena tentar. Tive  que cortar um dobrado pra que ela me permitisse entrar no seu mundinho. Conforme fui a conhecendo, eu fui entendendo o porquê dela assumir essa postura de defesa, nos dias que eu chamava de bons ela era meiga e doce e nos dias ruins ela agia na defensiva. Foi então que eu entendi que essa postura era medo. Medo de amar e se frustrar novamente.
Quando enxerguei uma pequena fissura no seu 'escudo' mostrei à ela que eu era diferente e através das minhas atitudes ela foi percebendo isso. Quando sentiu segurança, me enxergou como o seu porto seguro. A reciprocidade veio e veio numa intensidade que eu nem fazia ideia de que aquilo era possível.
Começamos a namorar e conforme os dias passavam, eu não imaginava uma vida sem tê-la por perto. A pedi em casamento e cá estou a observando dormir (coisa que ela acha estranho).
E então ela acorda e me dá um beijo. Está com a cara amassada, faz uma careta pra mim e diz:
_ Você está fazendo de novo.
_ Fazendo o quê? - respondo.
_ Me encarando. - ela diz com um leve sorriso.
_ É que não consigo resistir a essa cara amassada. - digo de maneira irônica mas sincera.
_ 'Tá' pra nascer cara mais açucarado que você... Eu tenho sorte. - ela pisca pra mim e vai em direção a cozinha.
Eu sorrio, respiro fundo e me dou conta que realmente sou um cara de sorte.


Raquel Lobo

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Encostar Na Tua

Oi gente!
Pra variar, ando sumida.. Haha
E sim, fui cobrada por leitores ansiosos querendo saber quando um novo post seria publicado. 
Aqui está! ;)
Sobre a última história que escrevi me fizeram perguntas do tipo: o Caio é apaixonado pela amiga? Se sim, por que não se declara? 
Queridos, sempre deixo a continuação da história por conta de vocês. O bacana são os 'E se...' surgindo. Se isso está acontecendo significa que estou alcançando o meu objetivo.
A história de hoje está mais para pensamentos. A moça da história não parava de falar na minha mente. Então.. Virou textinho! Espero que vocês gostem e compartilhem! 


 Encostar Na Tua



Aquela chuvinha preguiçosa começou a cair no final do meu expediente e ao invés de abrir a sombrinha para caminhar na chuva preferi não  fazer isso. Deixei as gotas d'água caírem sobre a minha face. Fazia tempo que não me permitia algo tão simples e tão gostoso. Sentir os pingos gelados caírem pelo corpo é muito bom.
Assim que cheguei em casa liguei o aparelho de som que começou a tocar 'Você Vai Me Destruir' da Vanessa da Mata. O som estava mais alto que o de costume e acredito que o vizinho do 308 vá reclamar...
Ignoro esse pensamento e viajo pelos meus pensamentos enquanto a música toca.
Durante muito tempo acreditei que para ter uma felicidade plena na vida adulta era ter um amor, filhos e um cachorro (sim, quero ter um buldogue francês), ser bem sucedida profissionalmente e viajar.
Mas chega aquela fase estranha da vida, a adolescência, e com ela o primeiro amor e as frustrações que amorosas. E o tempo passa... então você tenta conciliar vida amorosa, trabalho,estudos e família.
Fiquei pensando nos caras que conheci até chegar onde estou nesse momento: os que não sabiam o que dizer/fazer, os que queriam me tirar pra step, os que queriam me transformar em algo que não era, os safados e os que criavam expectativas... E outros perfis de seres que caíram de pára-quedas na minha vida.
A cada término uma decepção. Sempre fui fiel aos meus sentimentos se gosto, gosto de verdade. Ficava procurando qual era o problema que eu tinha, eu não conseguia entender o porquê de caras com perfis assim se aproximarem de mim. O problema não era estético, intelectual ou social. O problema estava no fato do meu desejo por realizar aquela vontade dos filho e do cachorro, e não na valorização de mim mesma. Que fez com que eu escolhesse estar ao lado de caras com esses perfis.
Quando entendi isso passei a me valorizar mais e evitar caras assim na minha vida. Se o 'peso' da idade me incomoda? Hoje, não mais. Filhos? Continuo querendo ter. E o cachorro? Também. Escolhi me amar primeiro. Sabe aquela frase clichê "não espere um amor que te complete mas um amor que te transborde"? Então...
Eu queria viajar e conhecer lugares como a Croácia, Pantanal Brasileiro, Japão, México e outros lugares. Posso dizer que conheci não só a cultura como também pessoas incríveis em alguns desses lugares.
Terminei a faculdade, fiz pós-graduação e resolvi ter um negócio próprio. O primeiro passo foi dado quando saí da casa dos meus pais e fui morar sozinha.
Mas o que isso tem a ver com o meu primeiro pensamento? Com o tempo fui percebendo que precisava ser mais grata pelo que tinha e me aceitar como sou. Sei que numa dessas minhas andanças pelo Brasil (ou pelo mundo) esbarrarei no cara da minha vida. Ele que não será perfeito gostará de mim com as minhas imperfeições.
Percebo que um bom tempo já passou porque minha roupa que antes estava molhada agora está seca e a música que toca diz o seguinte:
 "Agora não vou mais mudar
Minha procura por si só
Já era o que eu queria achar
Quando você chama o meu nome..."
Reconheço que é a Ana Carolina quem está cantando. Levanto do tapete em que eu estava deitada e com uma decisão em mente: vou adotar um cachorro.

Raquel Lobo

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Seu Porto Seguro

Oi gente!
Dei outra sumidinha né?
Minha vida tem andado uma correria assim como a vida de vocês. Creio eu.. rs
Bem, os personagens do texto de hoje só me deram sossego quando se materializaram no papel.
Espero que vocês gostem! (:

Seu Porto Seguro


Era a quinta vez , num espaço de apenas dois dias, que ela me ligava com os pensamentos confusos.
Estava apaixonada mas negava o fato pra si mesma, pois tinha medo de sofrer como acontecera das outras vezes. Eu já sabia a história de cor e salteado porque ela havia me mandado prints das conversas que vinha tendo com ele.
Ele, que puxou assunto "como quem não quer nada" e pra minha surpresa ultrapassou a armadura que ela havia vestido para não sofrer. Ele era 'o tipo' dela. Inteligente, falante, extrovertido e cativante. No entanto...
Conforme lia os prints via que nas situações que ela dava abertura, ele era evasivo. Sempre tinha uma resposta na ponta da língua para não estar com ela.
E eu me pergunto, por quê?
Ela é linda! Tem um sorriso que ilumina quem passa pelo seu caminho, é bondosa, tem uma paciência com todos e é generosa. Me pergunto como um cara pode deixar uma joia rara dessas escapulir por entre os dedos...
Percebo que enquanto fala sua voz começa a ficar embargada. Droga! Ela vai chorar...
Apenas escuto um ruído baixo do outro lado da linha e as palavras se cessam. Eu poderia dizer mil vezes à ela todas as suas qualidades e ela diria que minha opinião não vale porque sou amigo dela.
Ao ouvir sua respiração entrecortada do outro lado digo à ela que estar com alguém que apenas nos faz sofrer não vale a pena e que existem outros caras bacanas por aí querendo uma chance pra conhecer esse lado doce que ela tem e poucos conhecem.
Ela dá uma risada desanimada e então fico menos tenso porque sei que está começando a se acalmar.
E continuo:
 - Não é você mesma que diz para os outros praticarem o desapego? Então... desapegue-se. 
O silêncio se fez presente do outro lado da linha.
Ela não faz ideia de que sofro junto ao vê-la triste. Que se pudesse daria uns tapas nesse mané pra ver se ele acorda e percebe o que ele está perdendo.
Então ela me responde:
- Você está certo Caio. Colocarei um ponto final nessa história, agora.
Espero que dessa vez esse rompante vá pra frente. Não é a primeira vez que ela diz isso. Acho que quando ele percebe que ela está prestes a se reerguer, diz  algo que a faz voltar atrás na sua palavra.
- Saiba que estarei aqui. - respondo.
- Eu sei. E obrigada por me ouvir. - ela diz deligando o telefone.
O jeito é esperar. Estarei aqui para ser o seu porto seguro.


Raquel Lobo

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

A Escolha Certa

Oi gente!
Faz uns dias que não atualizo o blog. Hoje tem história nova!
Continuo feliz, na verdade, radiante com os comentários positivos acerca da última história que escrevi com direito a versão dele e dela (se você não leu veja meu posts anteriores). E me pediram a continuação da história. Muitos questionamentos foram feitos... 
O que acontece depois do café cabe a cada um de vocês, queridos leitores, dar asas à imaginação.
Confesso que quando tive esse feedback de vocês percebi que consegui atingir meu objetivo. Vocês formaram os personagens muitas vezes diferentes de como eu tinha imaginado e muitos foram além.
À vocês o meu muito obrigada! 
Espero que vocês gostem da história de hoje. Escrevi-a em pararelo à anterior. E lembrem-se compartilhem! ;)  

A Escolha Certa



Você era o tipo de cara que pensei que jamais cruzaria o meu caminho. Digamos que fazíamos parte de realidades muitos diferentes. A maioria daqueles que nos viram juntos disseram que éramos como água e óleo (e de fato somos). Mas, por conta de um gosto em comum nos descobrimos. E aquele contato superficial que tínhamos, aos poucos, foi se tornando denso, uniforme.
Você era altivo, dinâmico, extrovertido e eu era introvertida, introspectiva e de poucas palavras. Mas você me cativou de uma maneira que despertou o melhor de mim. Me redescobri.
Passávamos horas conversando sobre os mais diversos assuntos desde os da atualidade aos mais banais. Você me provocava intelectualmente, se assim posso dizer, levantava em mim questionamentos, me fazia sair da zona de conforto. E eu percebia em você algumas mudanças por conta da nossa convivência.Você estava menos acelerado e mais reflexivo antes de tomar uma atitude impulsiva.
Quando dei por mim éramos um casal. Você entrou devagarinho na minha vida, como quem não quer nada e aos poucos ganhou meu coração. Eu que achava que  as nossas diferenças mais cedo ou mais tarde nos levaria a um rompimento foram alavancas que fortaleceram o nosso relacionamento.
Olhando para trás e vendo tudo o que passamos nesses últimos 20 anos percebo que fiz a escolha certa e que tenho o homem da minha vida ao meu lado. Que contribuiu e ainda contribui para eu ser a mulher que sou hoje. Não me arrependo da escolha que fiz e de algumas coisas que renunciei porque acreditei em nós.
Quando acordo todos os dias de manhã e vejo um bilhete, uma flor, um recadinho, um sinal do seu amor por mim, percebo que estou sendo reconquistada por ti a cada dia. Tenho certeza de que fiz a escolha certa.
À você que é o meu amor,
Te amo! 

Raquel Lobo

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Que Tal Um Café?

Oi gente!
Vocês não fazem ideia do quanto fiquei feliz em receber mensagens nas minhas redes sociais de leitores perguntando mais do casal da última história que escrevi.
Teve até leitor que conseguiu ir além do que eu tinha escrito.
Estou contente com esse feedback de vocês. (:
O texto de hoje é a continuação da história sob o ponto de vista do rapaz. 
Espero que vocês gostem. Se sim, compartilhem! ;)

Que Tal Um Café? 




Quando me chamaram para ir ao bistrô na hora do intervalo topei no mesmo instante. Eu estava com a cabeça cheia. Meu chefe tinha pedido que eu elaborasse um projeto que eu mal tinha conseguido mexer. Eu estava bloqueado e tinha um prazo de entrega que estava se aproximando.
Eu mal havia conseguido prestar atenção no que o professor dizia na aula de Cálculo porque este assunto não saía da minha cabeça. Assim que deu o intervalo meu amigos e eu fomos ao bistrô.
No caminho falávamos sobre o jogo do dia anterior Fla X Flu. Aproveitamos para tirar um sarro com a cara do Antônio que torce pro Fluminense e quase não havia falado durante o trajeto, afinal de contas o Mengão ganhara.
Quando entrei no bistrô os caras ainda  estavam falando disso e foram em direção ao balcão fazer os seus pedidos. Eu fiquei parado por uns instantes perto da porta observando uma moça entretida com seu livro numa mesinha ao fundo do bistrô e que parecia gostar, pois raramente bebericava seu café. Saí do transe quando o Lucas me deu um cutucão me perguntando se eu faria ou não o meu pedido.
Depois de pegarmos nossos pedidos nos sentamos perto da calefação. O dia estava muito frio. Era considerado pela meteorologia como o dia mais frio do ano. Os rapazes já haviam mudado de assunto e eu continuava intrigado com a garota do livro.
Num rompante me levantei e decidi ir até ela. Peguei o meu café e fui. Ao me aproximar da mesa li Orgulho e Preconceito na capa e sorri.
 Me lembrei da minha irmã que teve que lê-lo pra fazer um trabalho de literatura estrangeira e acabou se viciando na história desse livro. E acabou me fazendo assistir o filme com ela. Assisti e posso dizer que achei que o filme seria aquele melodrama, que tem em todo filme de romance, e confesso que achei a história bem interessante ao ponto de pedir o livro emprestado pra minha irmã.
Puxei assunto com a garota falando sobre o livro. Num primeiro momento ela ficou na defensiva e pude perceber que ficou intrigada pelo fato do meu conhecimento a respeito do livro. Trocamos umas ideias rápidas a respeito dos personagens que gostávamos mais, trechos do livro e do filme que chamou a nossa atenção até que os rapazes me chamaram pra me juntar à eles. Me despedi dela e caminhei em direção à mesa deles.
Ao chegar à mesa só me perguntaram quem era a garota. Respondi o que veio primeiro à minha mente. Só então que me dei conta de que não havia perguntado o nome dela. Uns minutos depois a vi caminhar em direção a porta, então acenei e ela retribuiu. 
Fiquei pensando no que havia acontecido durante o nosso trajeto de volta. Até o momento em que o Antônio me trouxe a realidade quando disse:
- Não sabia que você conhecia a Pérola. Ela está cursando Antropologia. Sei disso porque pra conseguir carga horária para as atividades extras fui assistir uma palestra no auditório e a conheci lá. Gente boa.
- Pois é. A conhecia de vista e trocamos umas ideias hoje. 
Então esse era o nome dela. Dois dias se passaram e eu resolvi voltar ao bistrô. Pedi um expresso e ao me virar me deparo com a Pérola sentado na mesma mesa lendo mas, desta vez, o livro era outro. Caminhei em direção à ela e me sentei. E fui logo puxando assunto porque ao contrário do outro livro que acabei gostando por osmose este eu havia gostado de cara. O C.S. Lewis foi um baita escritor e como eu costumo dizer se ele estivesse vivo o convidaria pra tomar um café e trocaríamos muitas ideias.
Falamos do livro, dos filmes lançados e dos que ainda serão. As horas passaram voando e antes de nos despedirmos pedi o telefone dela.
Desde esse dia nos falávamos quase todo o tempo que tínhamos disponível, fora o estágio dela e o meu trabalho. E praticamente todos os dias nos encontrávamos no bistrô e conversávamos sobre assuntos cotidianos, polêmicos ou não. 
Nas mensagens que trocávamos comecei a perceber que seu modo de falar comigo estava mudando. Em contraponto apesar de querer  me fazer presente seja através de mensagens ou fisicamente, não podia, estávamos no segundo semestre daquele ano, as responsabilidades com o trabalho haviam aumentado sem falar nas atividades da faculdade. Ao poucos as mensagens se tornaram escassas e minhas idas ao bistrô (quando dava) não coincidia com o horário dela. Por fim, perdemos o contato.
Semanas se passaram e as últimas semanas de aula chegaram e minhas preocupações se amenizaram (um pouco). Até que num dia reunido com meu grupo de estudo - estávamos preocupados com a prova de Cálculo que aconteceria no dia seguinte - a vi passar. Percebi seu olhar em minha direção, acenei e caminhei em sua direção. E disse:
- Oi! Está tudo bem com você?
- Sim. E com você?
- Está tranquilo. Eu disse.
 Queria dizer tanta coisa mas nada saía da da minha boca. Ela por sua vez me encarava de maneira severa. Os segundos que passaram pareceram eternos, queria me desculpar. Resolvi quebrar o gelo.
- Que tal mais um café?
A vi franzir o cenho, como  se perguntasse se deveria fazer aquilo ou não. Então me respondeu:
- Aceito. Mas que tal em outra cafeteria?
Fiz que sim com a cabeça e fomos em direção a cafeteria que ela havia sugerido. 

Raquel Lobo

terça-feira, 12 de julho de 2016

Vai Mais Um Café?

Oi gente! Sumi por mais uns dias né?
O mês de junho foi tão corrido...
Mas o post de hoje é uma outra história que não sai da minha mente. 
Os personagens não paravam de falar.. Por isso resolvi compartilhar com vocês.
Espero que vocês gostem! (:


Vai Mais Um Café?




O dia estava frio. Ouvi a moça do tempo dizer que aquele era o dia mais frio do ano. Aproveitei o horário do intervalo entre uma aula e outra pra ir ao meu bistrô predileto que não ficava a duas quadras da faculdade.
Pedi um expresso italiano naquele dia. Não havia dormido direito na noite anterior, pois, perdi a noção do tempo lendo pela enésima vez um romance que havia ganhado de presente de uma amiga.
Precisava estar acordada pra conseguir prestar atenção nas aulas. 
Peguei o meu café e me sentei numa mesinha ao fundo do bistrô, peguei o livro e comecei a ler. Estava no clímax da história e com uma curiosidade pra saber o desfecho. Afinal de contas não é sempre que em pleno século XIX a personagem principal tem opinião e rompe com as regras da sociedade. Lizzie Bennet me cativou. Fazer o quê?
O lugar era uma calmaria. Mas em questão de minutos tudo mudou. Houve uma revolução. 
Ouvi risadas e conversas em voz alta. Levantei os olhos e por cima do meu livro pude perceber um grupo de alunos do curso de Engenharia tendo um papo descontraído.
Eu não era a única que queria me refugiar do frio naquele lugar. Voltei a minha concentração para a história quando de repente ouço uma voz  falando sobre como havia gostado desse livro.
Quando me virei pra ver quem era o dono da voz confesso que me surpreendi e que joguei por terra alguns pré-conceitos que tinha.
Um cara descolado com um jeito desprendido não me parecia que pudesse gostar de um clássico como aquele. (Sim, podem me condenar. Quem nunca julgou um 'livro pela capa' que atire a primeira pedra). 
Fiquei envergonhada comigo mesma. E então começamos a conversar sobre os personagens, trechos marcantes e coisas do gênero. Até que seus amigos o chamaram pra se reunir ao grupo. Ele se despediu e foi .
Percebi que precisava voltar pois meu tempo estava acabando. O estranho quando me viu passar acenou para mim. Retribuí. Saí daquele lugar mudada porque desconstruí alguns conceitos e intrigada.
Dois dias se passaram até novamente nos encontramos no mesmo bistrô com a diferença de hoje ele estar sozinho.
Eu estava no mesmo lugar só que desta vez lendo ' As Crônicas de Nárnia' de C. S. Lewis e entre uma folheada e outra bebericava meu macchiato. Sem muita cerimônia ele se sentou na minha mesa com seu expresso e ao ver a capa começou a tagarelar a respeito do livro e dos filmes. 
Me disse que há uma quarta história das crônicas para ser produzida e sua visão a respeito de personagens e afins. Descobri que até nossa visão mais densa a respeito da obra era similar.
Perdemos a noção do tempo e algumas horas haviam se passado, o café havia ficado frio e nossas cabeças com várias informações novas.
Trocávamos mensagens durante quase todo o dia. Menos no período do meu estágio e trabalho de ambos (eu cursava Antropologia na época).
Nosso ponto de encontro se tornou aquele bistrô. Falávamos de tudo política, economia, HQ, comida, tempo e romances frustrados.
Quando me vi estava apaixonada por aquele cara. Clichê né? Se uma amiga minha me dissesse isso falaria:
- Sai dessa vida, garota! Isso é uma cilada. Mas é como o ditado diz ' faça o que eu digo mas não faça o que eu faço'.
Até que de uma maneira sutil as coisas foram mudando. As mensagens que antes eram uma constante aos poucos foram se tornando raras. O café que antes era nosso ponto de encontro voltou a ser o lugar que me refugiava nos dias frios.
E os dias se passaram.
Eram as últimas semanas de aula. E os estudantes estavam agitadíssimos. Grupos de estudo se formavam em diversos lugares do campus perto do lago, no ginásio, nos corredores e na biblioteca. 
Eu precisava passar na biblioteca pra pegar um livro de Renate Brigitte Viertler que nem em pdf eu encontrava, quando numa dessas salas de estudo o vejo com seus amigos reunidos concentrados, estudando para alguma prova de cálculo. Ao me ver ele acenou, se levantou e com um sorriso sem graça no rosto veio à minha direção.
- Oi! Está tudo bem com você?
Tentando agir com a maior calma e sem mostrar qualquer incômodo disse:
- Sim. E com você?
- Está tranquilo. Ele disse.
Os segundos seguintes foram ensurdecedores, se assim posso dizer, pois meu silêncio dizia algo e seu estado mostrava muita coisa. E pra quebrar o gelo ele disse:
- Que tal mais um café?
E mesmo indo contra tudo aquilo que acreditava ser o certo e ignorando a razão. Simplesmente disse:
- Aceito. Mas que tal em outra cafeteria?


Raquel Lobo


domingo, 12 de junho de 2016

Dia Dos Namorados - Parte 2

Bem dizer agorinha postei um texto feito pela Pati Geiger voltado mais pra quem está solteiro no dia de hoje.
Aos apaixonados gostaria de compartilhar uma música linda que assim que escutei algumas frases fiquei toda derretida. A letra é linda! 
À você que tem um amor não o valorize apenas hoje que é O dia dos namorados. Mostre ao seu amor o quão especial que ele é todos os dias. 
Afinal de contas amor gera amor. ;)  (Raquel)